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Quem tem magia não precisa de truques

Bem-vindos a mais uma época desportiva da equipa de futebol do Instituto Superior Técnico! O solitário mês de férias soube a pouco, houve menos tempo para o bronze, mas acho que todos preferimos o ouro. Conseguirá este ano chegar sequer aos calcanhares do que foi uma época de sonhos realizados? Sim é a clara resposta. Enquanto houver bola e degredo, não há namorada que não tenha medo.

No que foi um ano de perdas humanitárias, o Instituto não se escapou. Do Sr. António ao Sr. Duarte, passando por noruegueses, por portugueses que o IRS Jovem não conseguiu fixar em Portugal e por 2 seniores que já excederam as expetativas por jogar o ano passado, as saídas deixam a equipa esburacada dentro e fora de campo. Felizmente tentar preencher buracos é a nossa especialidade, e jogadores à procura de mais moral é o prato do dia. Tomás Martins foi o eleito para capitão, mostrando que o patrocínio do pai no TFC não foi dinheiro mal investido. Em relação ao sub-capitão, ainda não veio a muitos treinos, mas parece que se chama Diogo. Entretanto, a equipa continua o seu investimento em treinadores estrangeiros e traz mais uma peça da ilha de São Miguel: Bernardo Sampaio assume a posição de treinador-adjunto, ou treinador principal dependendo da entidade que o leitor representar. Já de mullet afiada e fígado oleado, Bernardo encaixou tão bem na equipa como ten Hag no desemprego, e fará dupla com José Ferreira para nos dar o mote e para nos relembrar que é contra tudo e contra todos.

Vamos às introduções! As captações são uma altura entusiasmante, em que os engenheiros anseiam a entrada de bons jogadores para as posições onde estamos mais necessitados: camisola amarela de jantares de equipa, wingman no arraial de Medicina e ponta de lança. Para cumprir o primeiro, vem João Sousa! Jogava no 1º Dezembro há 2 anos e já mostrou ter intensidade dentro e fora das 4 linhas. Até ver a única red flag é ser amigo do Amado, de resto parece um reforço de peso. Esperemos que perca algum. De seguida vem Pignatelli, um nome já conhecido de muitos jogadores, mas que está a ser utilizado pela primeira vez para nos referirmos ao João. Cansado de perder repetidamente contra o IST (da última vez contra 9), Tomás Rego (Guré) inspira-se em Kevin Durant e vem reforçar o Instituto na primeira transferência universitária meramente futebolística. Como é que alguém da Católica é aceite no Técnico, perguntam vocês? Gestão Industrial é a resposta. Gonçalo Silvestre não perdeu tempo nenhum para demonstrar qualidade, facilidade nos penaltis e instinto matador. Só falta aferir como se comporta dentro de campo. No outro lado da moeda, estão Jota e Tiago Costa. Afirmaram-se ambos abstémicos incompatibilizando-se com a religião da equipa, e até agora só o Tiago se batizou. Esperemos que sigam o Neves na sua transformação em ex-roto, mas até lá vamos mesmo ter de nos contentar com o facto de serem bons jogadores de futebol. Por último, João Andrade pendura os pinos e volta a trocar os ajustes ao intervalo pelos intervalados, fazer a tática por fazer a linha. Só resta perceber se vai trocar o sítio de onde vai ver o jogo. Não confirmamos nem desmentimos o papel de ser primo do mister na sua entrada na equipa. Roubámos a tática ao Sporting, o nepotismo ao Porto e o desagrado com a direção do clube ao Benfica para nos confirmarmos como um dos grandes do futebol universitário.

Os despejamentos em Lisboa continuam e a mais recente vítima foi a mítica tasca da bola. A Associação de Estudantes mantém o castigo da época transata, deixando vários atletas desalojados pelo recinto do Arraial do Técnico. Entre pagar pela cerveja e chegar a casa ainda com sentidos, os jogadores do universitário já não tinham uma surpresa tão desagradável desde que o Careca deixou de servir bitoques pós-jogo.

Felizmente quando se fecha uma porta aparece um Jarmela, que junto com a AE condecorou a equipa com o prémio de Equipa do Ano e Philip Fidjeland com o prémio de Atleta Masculino do Ano (de desportos coletivos) na nossa primeira presença na gala de desporto do Técnico. Foi uma noite bonita de reconhecimento de mérito e de respeito entre equipa e AE, duas entidades com uma relação tão difícil como o Neves e mulheres. No meio de todas as celebrações, Francisco Teves quis mostrar que os vencedores não descansam e não tirou o pé do acelerador, conduzindo ferozmente para a falta de ideias. Fica a dúvida do que seria mais imperativo, arranjar uma bússola para o Teves ou um blazer ao Amorim.  Numa noite marcada pelos inúmeros discursos, o prémio do pior vai mesmo para o treinador José Ferreira, que deu mais voltas para chegar ao que já se sabia do que Pedro Nuno Santos a negociar o Orçamento de Estado. Não é o prémio que merecia ganhar, mas ao menos não foi para casa de mãos vazias!

Não podia haver uma crónica de início de época sem referir o indispensável jantar de apresentação, jantar que deixaria Luís Montenegro orgulhoso com a total inexistência de amarras ideológicas. Entre apresentar caloiros e apresentar-nos a caloiras, esta noite tem tanto de memorável como de perdas de memória. As tradições são passadas religiosamente, com os históricos do clube a entregarem o testemunho aos recém-entrados. A acabar ou a começar, todos os membros da família têm a honra de lhes serem dedicados tantos “Grandes companheiros” como os que conseguem aguentar, e “Ave Marias” nos que não conseguem. Tomás (G)Rego e João (Bol)Sou sa, no entanto, não se submeteram à vergonha do “Ave Maria”. Guré mostrou que a sua rotura muscular está praticamente curada com um sprint fantástico para a sanita da casa de banho e Sousa que, apesar de fã do jogo interior, também está disposto a aliviar para fora quando é preciso. Foi mesmo Sousa o escolhido para o “Miau” o que confirmou a sua prestação como digna de MOTM.

Adorava poder contar-vos sobre a segunda ocupação mais importante desta equipa, futebol, mas até agora ainda não se jogou nenhum (podia ser uma piada sobre o nível do futebol universitário, só que desta vez é mesmo literal). Depois do último jogo oficial no DEAC Stadion em Debrecen, a equipa estava pronta a voltar ao Campo nº 5 da Cidade Universitária. Do europeu à Europeia, estávamos a postos para o primeiro obstáculo da época. Infelizmente, tal como os 5 reclusos fugiram da prisão de Vale dos Judeus, a Europeia fugiu do Instituto e o primeiro jogo acaba mesmo 3-0 por falta de comparência, com um hat-trick de Tomás Martins na secretaria, a sua estreia a marcar em 3 anos de Técnico. Ainda com o primeiro minuto por jogar, resta-nos esperar pacientemente pela próxima semana de duas enormes decisões. Quem vencerá entre Trump e Kamala, entre Técnico e ISEL? Em caso de dúvida é puxar pelos azuis.

Um abraço à família Les Blues,

Guilherme Jardim