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Crónica – Nacional INATEL – 1/8s de Final

EST 1-6 TFC

Saudades do que ainda não vivemos!

Findo o glorioso percurso dos nosso rapazes no campeonato regional da Estremadura, e depois de assistir à conquista da taça pelo vice (parabéns palancas!) era hora de apontar baterias ao tão aguardado Nacional.

Recorde-se que na edição passada, o TFC viria a ser eliminado logo na primeira ronda de eliminatórias pelo S. Pedro de Alva, no Mondego Thunderdome (nome oficial -> Campo Dr. Viegas Pimentel) pela margem mínima. Ficámos tristes mas foi uma boa lição aprendida, e nestas lides todas as experiências contam. Ficaria decidido ali, e no momento, que no ano seguinte teria de ser melhor.

Pois bem, volvido um torneio regional, ditaria o sorteio que o TFC se apresentaria para a primeira ronda de nacional nas boas terras do Minho. O oponente seria o Estrela de Monção, para lá do Lima. Foi realmente a bola fria.

Calhou-nos ir jogar com o Astana, para gáudio do CFO.

E lá fomos nós. A logística tem como ante-câmara a vontade. E essa, era inquestionável e inabalável. Três viaturas ligeiras e uma a roçar o pesado de passageiros (Obrigado aos nossos parceiros do Vitória pelo generoso empréstimo da mesma) chegariam para levar mais corações que os lugares sentados disponíveis. Estava mesmo a acontecer. Deslocação nacional pelo TFC.

O dia estava bonito, o campo, segundo os jogadores, do melhor em que já jogaram e as bancadas, repletas de adeptos. Certamente mais Estrelitas, mas o TFC tem futebol que chegue para todos.

O apito soa, rola a bola e começa a aventura.

E que início, logo aos 2 minutos o TFC mostrava ao que vinha e consegue o primeiro tento Nacional, por intermédio do nosso Abrams, Simão Nunes! Desmarcação de Guiomar na profundidade esquerda bem medida por Telminho, cruzamento atrasado, para a zona de Pinto, mas com intersecção incompleta do defesa do Estrela, que deixa à mercê do canhão do Simão. Estava feito o primeiro.

Mas haveria drama. Do bom.

Passados 2 minutos, canto para o Estrela, batido com bom “carling”, mas muito chegado à pequena área de Dirkjan. Todavia, o nosso holandês voador, analisa mal a trajectória da mesma, e apesar da óptima colocação para encaixar o esférico nas luvas, este escapule-se pelo meio delas e acaba no saco. Momento de grande infelicidade para o nosso guardião. Só acontece a quem lá está. Início eléctrico e dramático.

O Estrela apostava mais na bola longa, e o TFC tentava perfumar a “cancha” com o futebol com que nos habitou.

E com efeito, após várias ameaças, Zédu, vertiginoso, consegue de facto penetrar pela área Estrelita a dentro após ir buscar um drible de Pichichi. Penalty indiscutível.

Ao sexto minuto, é Barros a repôr a vantagem através do castigo máximo. E ele não perdoa. Ele castiga mesmo.

Pouco depois, é Dirkjan a brilhar com uma mancha sublime e a negar novo empate ao Estrela. Grande momento para o nosso guarda-redes, a repor niveis de confiança importantes para o restante jogo e quem sabe, nacional.

O jogo seguiria em boa toada, com o Estrela a impor mais físico e o TFC a não mudar o seu paradigma. Jogo muito bem disputado a meio campo com algumas ocasiões aqui e ali mas nada digno de registo. As equipas pareciam agora mais encaixadas após o início de loucos. Todavia, aos 28′ surgiria uma ocasião soberana para o TFC. Zédu a progredir pelo corredor direito e passados uns 10m é Pinto que lhe faz um overlap para trás (underlap?!?) e que fica com o esférico. Levanta a cabeça e vê uma seta a progredir pelo meio dos centrais. Coloca uma longa alta no espaço, simplesmente maravilhosa. A seta fica cara a cara com o guarda-redes Estrelita, que sai dos postes. A seta tem um nome: cacete serrano. Recebe a bola em suspensão e com um sedoso toque de primeira com o direito tira o guarda-redes do caminho, e antecipa-se à pressão do defesa finalizando com a competência necessária.

É disto que são feitos os sonhos, minha gente.

Até final da primeria parte, não se registaria nenhum momento significativo, mas a posse do TFC era assoberbadora e o jogo… de sentido único.

Dirkjan
Zédu
Honrado
Ourives
Telminho
Anjo(C)
Silva
Barros
Pinto
Simão
Guiomar

A segunda parte começaria como acabou a primeira, domínio completo do TFC e o Estrela a correr atrás e a tentar travar os nossos fosse como fosse. Todavia, a falta de posse começaria a notar-se bem e as forças iam faltando para travar os nossos jogadores, e ao 51′ é Barros que numa arrancada é travado em falta junto à área do Estrela.

Canto de mangas curtas para Telminho cobrar. Bola alta e venenosa a encontrar o nosso saltador do Pico ao 1º poste num lance já visto mais que uma vez. Antecipando-se ao guarda redes, desfere violenta cabeçada, e faz o 4º para os azuis do Instituto.

Anjo sairia lesionado, mas de forma preventiva, e entraria Pitt para efectivar a resistência.

E aos 55′ mais um doce do Telminho. Após recuperar a bola a meio do seu meio-campo, junto à linha, dribla com clarividência um Estrelita que fica pregado ao relvado, progride 20m e cruza no espaço, precisamente para onde o Abrams pedia que lha se colocasse. Resiste à oposição física do defensor e mete-a lá dentro sem contemplações.
Um verdadeiro portento da natureza!

Sairia aos 60′ para ser rendido por Mariozinho, acompanhado por Telminho também, que daria lugar a Coelho. Ambos a bisarem nas suas especialidades.

Passados 10′ entra Farishev para render Pinto. E que entrada! Aos 79′, o foguete da Caparica, deixa o relvado a arder após uma arrancada fulgorante, que o Estrela só podia contemplar, porque acompanhar, já há 15 minutos que não conseguia (mérito da preparação física cuidada). Ganha a cabeceira, assiste de bandeja o aniversariante Pikolé da Silva, que não consegue fazer melhor que atirar à figura do guarda-redes. Todavia, a sorte voltaria a sorrir ao TFC, pois deste ressalto, a bola carambolaria num defensor do Estrela, e acabaria mesmo lá dentro.

Meia dúzia.

Destaque para uma intervenção defensiva inteligentíssima de Pitt a impedir que o Estrela ficasse sequer perto de bisar.

Mas o foguete ainda haveria de explodir outra vez, já para lá do tempo regulamentar, após desmarcação de Barros entre os centrais já completamente desgastados, Farishev com tudo para ser feliz, atira ao lado do hepta. Finalização temerária e periclitante de Farishev que não acreditou na felicidade. Finalização a fazer lembrar o mítico penalty de Paixão.

Mais virão Farishev! O apito soa para o final do encontro e o TFC está onde nunca esteve. Com os passos deste colectivo, o TFC dá salto nunca antes dado! (Sim, Neil Armstrong, mas com um twist). Superou-se a marca do ano passado e cumpriu-se o desiderato gravado na pedra, no Mondego Thunderdome.

Os 1/4s de final serão jogados novamente fora, e novamente no norte, desta feita nas terras de Valongo… para gáudio da tesouraria. Não é despesa, é investimento! E a vontade cada vez é maior. O sonho começa a ganhar contornos. Esta equipa já cumpriu e nada a impede de voltar a cumprir. Um passo de cada vez e cada aventura desfrutada ao máximo.

Vamojaisso.

#sempretécnico