FCV 0-3 TFC
“contra tudo e contra todos!“
Mais uma ficha, mais uma volta…ao Norte.
Passada uma semana em que ninguém conseguia esconder o sorriso de quem havia alcançado o até ao momento inalcançado, haveria de se ter que “arrumar novamente a trouxa e zarpar”.
Toda a gente sabe que se trabalha melhor sobre vitórias e a semana do TFC não foi excepção. Operados os treinos da ordem, e afinada a estratégia para os quartos, a equipa voltaria a reunir-se na mui estimada CUL para fazer o rendez-vous e para proceder à necessária logística de transporte inerente a este tipo de epopeias.
Destino: distrito do Porto / Adversário: Futebol Clube Vilar / Objectivo: ganhar
E lá foram eles.
A comitiva haveria de ser recebida por um estádio em franca expansão imobiliária, com bancadas preparadas para receber dezenas de milhares de pessoas, mas que se encontravam apenas parcialmente preenchidas por algumas dezenas de adeptos. A vasta maioria da assistência optaria por um lugar em pé em detrimento do conforto da bancada. Já se sabe que no Porto, sempre que há um jogo de futebol, há outro. Ou mais ainda. Os da Alameda sabem-no e o mindset não seria facilmente abalado (isto também se treina).
O FCV apresentar-se-ia com um equipamento a remeter imediatamente para o calor do tango do Boca Juniors, enquanto que o TFC assumia o kit com finíssimas referências ao teorema de Fubini e que traz deliciosas lembranças do plano de números complexos ρ.cis(θ), que é como quem diz, o branco.
Com o apito do árbitro, e sob um céu moderadamente nublado, rola a bola no Sobrado Square Garden. Alterações do TFC só no reduto, com Campa a render Dirkjan.
O jogo iniciaria numa toada morna com o TFC a assumir desde cedo as despesas do jogo, contribuindo para um mapa de calor claramente mais quente no meio campo do FCV. Calor a mais para um centrocampista do FCV que constituiria a primeira baixa logo ao 4º minuto de jogo. TFC fiel à sua identidade perfumava mais uma cancha respondendo com autoridade aos inconsequentes projécteis balísticos do FCV que teimavam em não encontrar o destinatário. Muito por fruto do comando do nosso esteio defensivo sempre vocalmente comandado por Honrado.
E seria ao 8º minuto que após uma tentativa de saída a jogar por parte da defensiva do FCV que Barros aproveita uma perdida, liberta na direita para onde se encontrava o cacete serrano, que levanta a cabeça e coloca com propriedade na cabeça de Guiomar que, como mandam as regras, de cima para baixo, bate o alegadamente melhor jogador do FCV, o guarda-redes de segunda liga.
Que logo passados dois minutos, contudo, haveria de puxar dos seus galões para salvar um auto-golo que parecia iminente, a resposta de venenoso cruzamento de Telminho.
O jogo seguiria uma fase mais mastigada, com o mapa de calor a aquecer muito a mesma zona supracitada, com um despertador ao 21º minuto de Barros a rematar à figura depois de uma parceria entre Telminho e Simão na extrema esquerda. O Guarda redes de segunda liga coloca rapido no espaço do ponta de lança e é Ourives que também diz presente, ao fechar a porta com autoridade e a deixar redonda para Campa agarrar e colocar na esquerda onde se desenrolaria um dos melhores momentos que ja se viram desta equipa. Verdadeiro perfume.
Mas que não deu em nada. Mas foi bonito. Mas não deu em nada. À semelhança do remate de ressaca do Silva logo após.
Aos 30´ os visitantes assistiriam a uma manifestação espontãnea de lifestyle desportivo do Norte. Também é perfume, mas de outro tipo. O calor subia, mas o mapa de calor teimava em aquecer sempre no meio campo do visitado. E no calor do momento, ao 36º minuto,um jogador do Vilar tentaria torrar o nosso cacete serrano com um tackle deslizante que lhe atinge o pé direito. O que tira guarda-redes do lance em suspensão. Amarelo bem mostrado, para gáudio da plateia. Livre cobrado por Barros ao segundo pau, onde surge, Air Honrado, que num fulgorante e possante salto, a cabeceia de forma fulminante para o fundo do saco, sem hipótese para o guarda redes de segunda liga.
Antes do apito para intervalo, asisstir-se-ia a um momento lamentável, mas os visitantes a manterem a compostura que já se lhes conhece. Ida para o balneário sem sobressaltos. 2 sem resposta.
No reatamento, notou-se um FCV mais determinado em dar a volta ao marcador e com vontade de inverter a coloração do mapa de calor. Mas não seria fácil. E logo ao 2′ minuto do segundo tempo é Simão que desperdiça o terceiro de forma clamorosa após assitência de Guiomar. Boa antecipação do defensor vilarense a negar o tento a Simão que assistiria impávido e sereno a mais uma tentativa dos visitados de interferir com o plano mental dos azuis da Alameda. O Abrams não verga.
Aos 10′ seria a primeira intervenção de Campa no jogo, com uma defesa de enorme categoria a resposta a cabeceamento ao primeiro poste por parte do avançado do FCV. Correspondendo bem a cruzamento do seu extemo direito que numa rara ocasião conseguiria fugir à marcação dos jogadores do TFC que se encontravam balançados ofensivamente a trabalhar o mapa de calor. Avançado a dizer sim, Campa a dizer que não. Baliza inviolada.
A segunda parte seguiria mastigada durante largos minutos e o único acontecimento digno de constar nesta crónica seria a entrada de Coelho por Guiomar. Menção honrosa também para a peitaça do Pico e a “mão chei’delas” que o Valente iria buscar. Ilustrando como se pode contribuir positivamente para o mapa de calor, mesmo estando fora das 4 linhas.
Bernardo Pitt renderia Anjo ao 28º minuto numa tentativa de fechar a porta de vez e seal the deal. Bem como sairia Pinto para a entrada de Farishev. E tal como se havia aventado na crónica passada, mais haveriam para o foguete da Caparica. Passado um minuto de entrar, vê Simão com uma boa rotação a desmarcar Barros no corredor direito que progride sem medos e de trivela lha deixa, prontinha, com um laço para ser metida lá dentro sem contemplações.
Mas contemplou… optando por um domínio em vez de remate na passada, que sai demasiado desenquadrado, retirando-se a si próprio do lance, obrigando-se a rematar já em esforço e longe do alvo.
Segunda parte de controlo mental absoluto por parte do TFC, numa masterclass de classe , com os visitados completamente impotentes face à autoridade fisica e mental por parte dos visitantes, com o árbitro a fazer vista grossa a determinados lances mais viris por parte do FCV.
Ao 43º minuto um raid assertivo por parte de Faria não teria o desfecho mais desejado, com a assistência para Simão a ficar presa nas pernas do defensor.
Todavia, a estocada final haveria de ser dada e Barros, já com 5 minutos para lá do tempo regulamentar a assistir no espaço, um Abrams já no fundo da reserva, que consegue ainda encontrar torque para disparar de fora da área para o guarda redes de segunda liga defender para a frente (!) onde estava Faria, que assiste o seu parceiro do costume, Coelho, que ao ficar com ela escancarada, ainda penteia para enganar um guarda-redes improvisado, mas que fica completamente impotente nas 8 jardas que separam os postes. Era o terceiro e o apito soava.
E com ele soava, mas de felicidade, a bancada visitante, que recebia cumprimentos por parte de alguns adeptos locais que nos desejavam sorte para a Final.
Calma.
Antes disso há que ir novamente ao distrito do Porto, mais precisamente a Vila Cova, sábado, às 17:00, carimbar o passaporte para a poder disputar. Avizinha-se um jogo dificílimo, contra uma equipa bem montada e um colectivo bem organizado sobre o qual quem está a escrever rigorosamente nada sabe.
Só que joga num pelado.
Por isso, coloca os cardados, prega as ferraduras, monta as lagartas e vem apoiar o TFC na última deslocação do ano, pois em caso de vitória, a finalíssima será disputada na Arena 1º de Maio.
Esperamos por ti. Viva o TFC.