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26 de Abril sempre!

Campeões Nacionais Universitários…

[Ler com voz de Hélder Conduto] É real! O Técnico Futebol Clube é campeão nacional de futebol 11 universitário masculino. O sonho de gerações, o sonho das centenas que formam esta comunidade é agora mais real que nunca! Todos sabíamos que a nossa hora iria chegar, que estávamos perto e que algum dia iriamos deixar de morrer na praia – mas agora esse dia chegou! 26 de abril de 2024, o dia em que o técnico alcançou o mais alto lugar do pódio nacional universitário.

Eu sei que ler uma crónica já é um fardo para muitos, mas recomendo-vos a ler duas! Não é possível escrever este texto sem voltar à crónica de abril do ano passado [https://www.tecnicofc.pt/simplesmente-incrivel/]. Desatualizada? Em termos de palmares sim! Em tudo o resto está mais atualizada que nunca….

Deixo-vos aqui um lamiré “Não sei quem inventou este conceito de pôr estudantes universitários que levam o ano de cerveja na mão, que o desporto que mais praticam é o passinho de dança, que a jogada que mais vezes ensaiam é o flirt, a jogar todos os dias durante 1 semana… Mas que ideia! De repente, grupos de amigos que levam o ano a virar rodadas em todo e qualquer café, tasca e restaurante, sentam-se numa esplanada a pedir cafés, águas e colas zero… Malta que o único comprimido que toma durante o ano é o Guronsan, de repente está a mamar de comprimidos de potássio, banhos de gelo e Voltaren. Não sei quem imaginou que isto poderia ser possível, mas que ideia! […] Houve captações, entrou malta com uma qualidade indiscutível. Da parte dos que cá estavam, houve companheirismo de os integrar como se os conhecêssemos há anos. E desse grupo de jogadores, formou-se uma equipa que depois se transformou numa família! E o técnico é isto! Raramente somos os que jogamos mais à bola, raramente somos os com melhores condições, mas quando se fala em dar as mãos, fazer tudo pelo colega, ajudar dentro e fora de campo…. Nisso nós somos foda! Nisso ninguém nos come… Todas as catembadas, todos os jantares de equipa, todas as saídas à noite, todos os “Miau”, todas as noites do arraial, todos os churrascos, tudo isso dá-nos aquele ponto extra que mais nenhuma equipa tem. […] E isso é a prova que o nacional é mais do que uma semana a jogar à bola. O nacional é ficar roco a gritar por malta que nunca se viu na vida só porque usa uma camisola parecida à nossa, é dar flirt a toda e qualquer cozinheira, funcionária ou senhora acima dos 50, é tudo isso e muito mais.”

Estas palavras dão-me ainda mais certezas do que eu já sabia: não foi o título conquistado em Aveiro que me faz ser mais um apaixonado por esta equipa… São os valores e o espírito que carregamos connosco, ano após ano, de geração em geração. Valores esses que impactam as pessoas que têm a sorte de se cruzar connosco e espírito esse que ficará comigo para sempre. Isso sim é o Técnico Futebol Clube!

Mas vejamos o que se passou dentro das 4 linhas.

Segunda-feira, primeiro jogo colocava frente a frente o campeão de Lisboa e a Associação Académica Fernando Pessoa, terceira classificada dos Campeonatos Académicos do Porto. Se desde setembro se ouviu que ter o Gyokeres norueguês iria dar um jeitasso no nacional, que melhor maneira de começar? 12 minutos de jogo, duas bolas rápidas da defesa para o ataque, 2-0 para o Instituto, bis de Philip. Reis não se quis ficar e no seguimento de um canto apareceu ao primeiro poste para finalizar de calcanhar, corria o minuto 23. Numa segunda parte de gestão física para os dias que se aproximavam, fica o golo de Vilela na última jogada do encontro para fechar o 4-0 final.

Terça-feira, novo dia, novo jogo, nova vitória. Contra a Católica Porto Business School, segunda classificada do Porto, o Instituto teve de ter arte e engenho para executar uma remontada tão épica quanto crucial. Depois do nulo ao intervalo, os rapazes do Norte metem-se em vantagem corridos 15 minutos do segundo tempo. E logo no minuto seguinte surge poesia: a todos vocês que acham que o livre do Reis na final foi bom… Este foi melhor ainda. Mesmo campo, mesma baliza, mesmo local, também a perder, mas ainda melhor! E o que poderia ser melhor que um golo de livre direto? Dois golos de livre direto! Vilela volta a molhar a sopa vindo do banco e marca o tento vitorioso. Segundo dia em Aveiro, segunda vitória, apuramento para as meias-finais garantido e a certeza de que Aveiro não teria o desgosto de nos ver partir prematuramente.

Quarta-feira, último jogo da fase de grupos e o Instituto acorda para cumprir calendário. Jogo amorfo e sem grande história acaba com um 2-1 para o Instituto Politécnico de Coimbra, golo de Danny ao cair do pano.

Quinta-feira, o Instituto Superior Técnico defrontava o Instituto Politécnico de Viseu, segundo classificado do campeonato Norte/Centro/Sul. Contra uma equipa muito física, os de azul tiveram de serrar os dentes para uma batalha intensa. Depois de começar a perder por 1-0 com uma desatenção defensiva após bola parada adversária, o Instituto chega ao intervalo a saber que teria de marcar para sonhar com a final de sexta-feira. E daí, primeiro minuto da segunda parte, João Bettencourt recebe uma bola entre linhas à entrada da área e com toda a classe assiste o inevitável Philip para mais um tento do número 9. O 1-1 perdura até ao final do tempo regulamentar, avançando diretamente para penaltis. E aí vem qualidade! Lotaria é o Euromilhões. Penaltis é qualidade, é confiança e é personalidade. Depois de desperdiçar 2 match points, o Instituto não deixa fugir o terceiro e ao oitavo penalti Tiago Franco carimba a passagem à terceira final em quatro anos.

Sexta-feira, o dia. Complexo Campos Treino EMA SC Beira-Mar, Aveiro. 15h com transmissão no Canal 11. História foi escrita em tons de azul! Não me peçam para falar do jogo, peguem no comando e puxem para trás na box. Que jogo, que adrenalina, que montanha-russa de emoções. Foi um jogaço, que maneira de ser campeão nacional pela primeira vez! Houve golos, reviravoltas, livres diretos, golos ao cair do pano, prolongamento, penaltis e muito mais. Nem a chuva faltou para abrilhantar as fotos no final. Como diria o Silva: não mudava nada, vivia tudo outra vez! Eu já revi o jogo 134 vezes, revejam vocês também. Mas não estou aqui para falar do jogo, isto é muito mais que futebol! Não é pelo futebol que dezenas de pessoas arrancaram em direção a Aveiro para nos apoiar. Não é pelo futebol que o Martins parte o dedo na meia-final e corta o gesso para poder jogar no dia seguinte. Não é pelo futebol que o Jardim leva não sei quantos pontos na cabeça e manda o bombeiro passear quando este lhe diz que não pode jogar mais. É pelo sentimento de família que se criou há largos anos e que estes 23, mais os que foram apoiar, mais os que ficaram em Lisboa, em Londres, na Suíça ou noutro sítio qualquer, têm o prazer de vivenciar não só nestes dias, mas em todos os dias do ano.

E agora que o conquistámos, isto é muito meu que tive aqui 5 meses desempregado em Lisboa só por causa desta equipa, é muito do Honrado que abdica de tudo por esta equipa, é muito do Zé que lutou contra tudo e contra todos para estar sentado neste banco, é muito do Philip pelos golos que faz, é muito do Martins por jogar meses com o pé a estalar, é muito do Franco por tudo o que dá a esta equipa mesmo sem muitas das vezes ser recompensado dentro de campo, é muito do Arede que deu uma volta de 360 graus para agora ser um dos que mais gosta disto, é muito de cada um dos que faz parte deste plantel! É muito nosso, é a nossa cara que aparece nas fotos, é o nosso nome que aparece nas notícias do Técnico e seremos sempre nós que seremos recordados passem 10, 20 ou 30 anos. Mas também é muito do Hans, do Ra, do Silva, do Maxi, do Mário, do Pedro, do Santos, do Paixão, do Zédu e de muitos outros que eu não consigo aqui enumerar. É muito de todos os que criaram esta família, de todos os que a mantiveram e de todos os que ainda hoje a mantêm. Dos que não treinam connosco, mas choram, sofrem, festejam e querem isto tanto quanto nós. De todos que passam tradições, culturas e maneiras de estar! Isto é dos que me ensinaram os “Grandes companheiros”, o “____ é mau na cama”, o “Miau”, o “Ave Maria”, o “A nossa defesa é feita de betão”, a receita da Catembada e muito mais coisas que se continuam a passar. É muito dos que passaram isso a mim, ao Honrado e ao Franco para que nós agora passemos ao Neves, ao Morais e ao Jardim. E eles um dia passarão ao Chico, ao Manel e ao António!

E o TFC é isso! Claro que agora temos o pisa papeis (🏆) mais cool do mercado, que isso nos enche o ego e que me deixa de peito inchado quando nos cumprimentamos no balneário com “Como estamos campeão nacional?”. Mas se este ano tivéssemos voltado a perder as duas finais, se eu no fim desta época saísse da equipa passados 5 anos sem nenhuma medalha de ouro, teria o mesmo orgulho e as mesmas certezas sobre esta equipa e sobre este projeto!

E agora que o enguiço dos nacionais foi quebrado de vez, espero que venham muitos mais títulos, mais dias inesquecíveis, mais receções do presidente do técnico, mais europeus e mais tudo o que nós merecemos, que a comunidade do Técnico Futebol Clube merece! Que este título quebre o enguiço de que o técnico domina Lisboa, mas facilita no nacional. Porque este ano não pode ter sido sorte de um grupo que alcançou 3 finais de nacional em 4 anos – este título não pode significar nada para além de mérito próprio e qualidade!

Um obrigado a todos os que tornaram isto possível, desde os incansáveis ultras TFC, à AE, às senhoras da cantina que nos recebiam de sorriso na cara, às senhoras(es) do campo que se tornaram a nossa pequena família durante 5 dias e, principalmente, a todos vocês que de norte a sul, passando pelas ilhas, nos apoiaram durante todo o ano!

Duarte Honrado, Pedro Ventura, Tiago Franco, João Mendes, João Bettencourt, João Trindade, Diogo Vilela, Diogo Nunes, Francisco Teves, Diogo Santos, Tomás Martins, Luís Viegas, Tiago Reis, Nuno Amorim, Daniel Setterdahl, Manuel Elias, Philip Fidjeland, Rodrigo Neves, Rodrigo Arede, Manuel Morais, Martim Rocha, Guilherme Jardim, Tiago Amado, Rafael Barateiro, Henrique Pereira, Kristian Jorgensen, Pablo Hernandez, José Ferreira e João Andrade

🏆 Campeões Nacionais Universitários 2024

🏆 Campeões Universitários de Lisboa 2024

Um abraço à família Les Bleus,

Do vosso campeão nacional,

Pedro Ventura